Viajar, seja sozinho ou acompanhado, é sempre uma oportunidade de conhecer novas culturas e se inspirar. Mas uma viagem pedagógica vai além: ela transforma educadores e suas práticas, abrindo horizontes e promovendo trocas de experiências que podem impactar profundamente o cotidiano escolar.
Quando recebemos o convite da Maria Victoria, diretora do Colégio Aletheia, em Buenos Aires, começamos a sonhar com a oportunidade de revisitar escolas no exterior. Mais do que conhecer novas culturas, queríamos trocar práticas educativas e aprender com processos pedagógicos que nos inspiram.
A jornada começou já nos primeiros e-mails trocados. Depois, foi organizar a escola, preparar a equipe e ajustar os eventos agendados. Sabíamos que essa viagem seria enriquecedora, mas o que encontramos superou nossas expectativas.
No primeiro dia de imersão, visitamos a Escola La Rural, em Sant Cugat del Vallès, na Catalunha. Foi uma experiência completamente diferente de tudo que já havíamos vivenciado.
A escola nos desafiou a repensar nossas práticas, trocando o foco no ser humano (antropocentrismo) pelo foco na vida como um todo (biocentrismo). Fomos conduzidas, vendadas, por um bosque – um exercício sensorial intenso, onde os sentidos nos guiaram através de cheiros, sons e texturas.
A cada passo, nossos corações se aqueciam e se abriam para o novo.
Nos dias seguintes, visitamos diversas escolas, desde a educação infantil até o ensino fundamental, e também passamos uma tarde na Faculdade de Educação de VIC, onde conhecemos as professoras e os espaços destinados à formação docente.
Em todas as visitas, percebemos o quanto nossas visões sobre a infância e a educação foram reforçadas. A escola é, sem dúvida, o lugar do conhecimento – um conhecimento sólido, científico, que deve estar presente nos materiais e nas experiências que oferecemos às crianças.
Para muitos, a escola é o único lugar de contato com uma cultura rica e transformadora.
Ao voltarmos dessa viagem, sentimos que não éramos mais as mesmas. Quando se compartilha um propósito de vida com colegas que acreditam na mesma missão, a experiência se torna profundamente transformadora.
Retornamos energizadas e felizes, certas de que os princípios e objetivos da Infanzia estão em sintonia com as escolas que visitamos.
Nossa equipe, tanto administrativa quanto docente, se mostrou exemplar, representando a escola com excelência.
Os pilares da Infanzia são sólidos e inovadores, e o futuro, como as ruas de Barcelona, será encantador e provocador em cada esquina.
Como disse Thelma Holanda da Diálogos, precisamos ser como passarinhos: voar, explorar novas rotas e ambientes, e trazer de volta o que há de melhor para nossas crianças e famílias.
Parafraseando Maria Victoria, do Colégio Aletheia, cultura e educação se entrelaçam; são conhecimentos complementares que assumem formas vivas nas extraordinárias experiências nas escolas da Espanha.
Até breve, Espanha, Europa e mundo!
Danielle Santos e Karla Righetto
Sócias-fundadoras e Diretoras da Escola Infanzia