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Alfabetização na Educação Infantil: linguagem e afeto desde o berço

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   O processo de alfabetização não começa no 1º ano do Ensino Fundamental. Muito antes disso, ainda no colo dos pais, as crianças já demonstram curiosidade pelas palavras, pelas histórias e por tudo o que as cerca. Desde os primeiros balbucios até o encantamento com um livro de imagens, elas estão se alfabetizando. Isso porque a alfabetização vai além do simples ato de codificar e decodificar letras — ela é, essencialmente, uma imersão na linguagem e em suas funções sociais.
Na primeira infância, a linguagem se constrói em meio a relações afetivas, experiências sensoriais e situações reais de comunicação. Quando um adulto canta, conta histórias, nomeia objetos e responde às tentativas de comunicação de um bebê, está contribuindo diretamente para a aquisição da linguagem oral — a base sobre a qual a alfabetização se desenvolve.
Como reforça Emilia Ferreiro, referência fundamental nos estudos da psicogênese da língua escrita, a criança é uma pesquisadora da linguagem desde muito cedo. Ela constrói hipóteses sobre a escrita a partir das interações que vivencia e dos textos que circulam em seu cotidiano. Por isso, é tão importante que os educadores das crianças pequenas compreendam que seu papel vai muito além de “preparar” para o Ensino Fundamental: eles são protagonistas de uma etapa rica em descobertas e aprendizagens significativas, que farão diferença ao longo de todo o percurso leitor.

   Educação Infantil é lugar de leitura e escrita, sim!
No livro Leitura e Escrita: 31 perguntas e respostas (Kaufman & Gallo), as autoras esclarecem dúvidas comuns entre professores da Educação Infantil, especialmente em relação ao papel dessa etapa no processo de alfabetização. Logo na primeira pergunta, deixam claro: a Educação Infantil não é uma fase preparatória, mas um tempo legítimo e potente de aprendizagem, com identidade própria.
As crianças pequenas precisam vivenciar práticas sociais de leitura e escrita que façam sentido para elas. Isso pode acontecer de diversas formas: compartilhar interpretações sobre uma história; recomendar livros para os colegas; criar listas, bilhetes ou convites e conversar sobre um tema e registrar ideias em conjunto
Essas práticas colocam a linguagem em circulação e inserem a criança em uma comunidade de leitores e escritores.
As situações que proporcionamos na rotina da Educação Infantil são fundamentais para a alfabetização das crianças. Podemos organizá-las em quatro tipos principais:
1. As crianças lendo por meio do professor
2. As crianças escrevendo por meio do professor
3. As crianças lendo por si mesmas
4. As crianças escrevendo por si mesmas
As duas primeiras são especialmente potentes com os pequenos, pois o adulto age como mediador entre a criança e a linguagem escrita. Por exemplo, ao ler uma história com entonação e gestos, o professor oferece à criança muito mais do que o conteúdo do texto — ele a ensina a escutar, prever, inferir e dialogar com o que lê.
Essas experiências também são defendidas por autoras como Magda Soares e Teresa Colomer, que destacam a importância da leitura compartilhada e da escuta ativa na formação do leitor desde a infância.
Ambientes alfabetizadores: onde tudo comunica
A construção de um ambiente alfabetizador vai além de ter livros disponíveis — envolve dar sentido à presença da linguagem escrita no espaço da Infanzia.
Algumas estratégias simples e eficazes que compõem nossas salas:
• Biblioteca acessível e convidativa
• Uso de agendas, murais, calendários e painéis de rotina na altura das crianças
• Escrita dos nomes nos objetos pessoais e nas produções
• Espaços para registro coletivo de ideias, como listas e cartazes
Esses recursos tornam a linguagem visível, viva e funcional — algo com o que a criança interage de forma constante.
O nome próprio: identidade, afeto e conhecimento linguístico
Entre as primeiras palavras que as crianças se apropriam está o próprio nome — e isso não é por acaso. O nome carrega identidade, história e afeto. Ao aprender a escrevê-lo, a criança não apenas se reconhece no mundo, mas também compreende aspectos fundamentais do sistema de escrita, como:
• A direcionalidade da escrita (da esquerda para a direita)
• A ordem estável das letras
• A relação entre sons e grafias
A escrita do nome próprio é um marco no processo de alfabetização inicial. É também um momento poderoso de empoderamento infantil.
Alfabetização é direito, não etapa
Como reforça a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é papel da Educação Infantil assegurar o direito de aprender e de se expressar por diferentes linguagens.
Mais do que preparar para o que virá, o compromisso da Educação Infantil, na Infanzia, é com o aqui e agora — um tempo precioso em que cada palavra descoberta abre novas janelas para o mundo.

Karla Righetto
Diretora Pedagógica da Escola Infanzia