Muito se fala da importância da construção das habilidades socioemocionais. Mas o que isto significa? O termo inteligência emocional foi usado pela primeira vez pelos estudiosos americanos Peter Salovey e John Mayer no ano de 1990. É um termo recente, se pensarmos, derivado da teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner. Para este autor, o ser humano possui múltiplas formas de demonstrar sua capacidade de pensar, agir, criar, sendo a inteligência emocional uma destas inteligências.
Daniel Goleman aprofundou o conceito de inteligência emocional, se popularizando na década de 1990. Goleman difundiu e ampliou o debate. As pesquisas mostram que seu desenvolvimento está atrelado à percepção das emoções de si e do outro. Em um mundo tão volátil é fundamental desenvolver inteligência emocional para lidar com as situações da vida social e cotidiana.
Podemos entender inteligência emocional como a habilidade de compreender as próprias emoções, regulá-las e compreender as do outro. No ambiente de trabalho, a inteligência emocional passou a ser cada vez mais demandada e difundida. Além de ser determinante nas boas relações interpessoais e desenvolvimento profissional.
Ao pensarmos em uma educação socioemocional no espaço da escola, devemos ter em mente que preparar a criança para lidar com os desafios da vida depende de todos aqueles que a cercam. Família e escola devem em parceria, e no dia a dia, convidar as crianças e jovens a pensarem em atuações a partir de situações adversas.
Para além da aquisição dos conteúdos específicos de cada ano escolar, abordar a vida em sua amplitude faz parte do currículo da Infanzia. Instrumentalizar as crianças para buscar o conhecimento e colocá-lo em prática, bem como estabelecer relações éticas e saudáveis com os outros e consigo próprio é urgente. Tal abordagem estimula o processo de autoconhecimento e, consequentemente, aumenta a capacidade de autocontrole, autoconfiança, autonomia, entre outras habilidades intrapessoais. A capacidade de administrar e nomear os próprios pensamentos, sentimentos e condutas favorece igualmente os relacionamentos interpessoais.
Promover uma educação que cuide e se preocupe com a saúde emocional das crianças exige um diálogo e parceria com toda comunidade escolar. Se a família não está bem emocionalmente, a criança também não estará. Sempre pontuamos a importância de escutarmos as crianças em suas demandas e interesses, e ao mesmo tempo, orientá-las em relação à tomada de decisão responsável e a ter consciência social.
A partir do momento que as crianças são capazes de expressar seus sentimentos e emoções, também são capazes de aprender a entender o outro e a se colocar em seu lugar nas situações diárias. Com um olhar e escuta atenta do adulto, vamos provocando as crianças a aprender a fazer, a conhecer, a ser e a conviver. De forma ética, respeitosa e cuidadosa.